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terça-feira, janeiro 02, 2007

Uma amiga morreu

A D. Amélia conheço desde pequena, lembro-me dela a ir para a praia sózinha logo pela manhã descia a ladeira que é a minha rua e ia a pé para a praia, sempre com um sorriso sempre com uma palavra simpática! Agora já depois de velhinha era sempre muito positiva, e ai de quem
estivesse com pensamentos negativos perto dela, o sorriso sempre a iluminar a sua face
Ela para mim é um exemplo! chegou à linda idade de 86 anos, e conseguiu ser feliz apesar de tudo, ser feliz apesar das limitações, ser feliz apesar de quase não ver, sorrir só por nos ver sorrir, vir ver os nossos rostos pois não conseguia ver o fogo de artificio ao longe mas dava-lhe prazer ver na nossa cara espelhada a maravilha que é a explosão de cores na negrura da noite, o fogo de artificio de fim de ano.
É assim que recordo a Dona Amélia, pois ela deixou-nos sentimos a sua alma ali perto durante algum tempo, o meu João foi vê-la e viu no seu rosto a paz, eu não fui ver o seu rosto mas senti o mesmo, senti paz e tristeza por deixar de têr o seu sorriso.
Eu gostava de abandonar o mundo assim sem chegar a dar trabalho a ninguém, sempre pensei que gostava de fazer como os indios, quando sentisse que estava na minha hora despedia-me de todos os que me eram queridos e afastava-me para lonje e deixava-me morrer, só eu e Deus numa ultima conversa, numa derradeira comunhão...mas agora teimam em nos internar em hospitais, as pessoas têm terror da morte, não vêm a morte como uma passagem....
Om Shanti